quinta-feira, 27 de março de 2014

Crime em Hickory Road

















Autor: Agatha Christie
Editora: Edições ASA
Páginas: 187
ISBN: 972-41-4316-3                         
Série: As Obras de Agatha Christie nº 31
Título Alternativo: Poirot e os Erros da Dactilógrafa
 
Sinopse:
Um surto de cleptomania numa residência estudantil não é propriamente o tipo de crime que desperta o interesse de Hercule Poirot. Mas quando o famoso detective vê que a lista de objectos roubados inclui um estetoscópio, umas calças velhas de flanela, uma caixa de bombons e um anel de diamantes encontrado num prato de sopa felicita a directora, Mrs. Hubbard, por este "belo e invulgar problema".
A lista não faz qualquer sentido. Mas para Poirot, sempre alerta, se se trata do trabalho de um qualquer ladrãozeco, porque estará toda a gente tão assustada?


Opinião:
Se o ritmo de leitura abranda, o número de posts no blog diminui, nada como ler um livro de Agatha Christie para recuperar. Há duas razões para isso, primeiro porque são livros que se lêem com a maior facilidade e entusiasmo, e depois porque convém não perder muito tempo para não perdermos o fio à meada do "caso de polícia". É verdade que por causa de acesso muito limitado à internet demorei mais tempo a escrever está opinião do que a ler o livro.

É o vigésimo primeiro livro desta autora que leio e certamente que posso concluir que a "Rainha do Crime" é incapaz de escrever maus livros. Uns melhores que outros certamente, mas todos acima da média. Curiosamente e tendo em conta que é uma obra que se pode considerar vasta, e cingindo-me apenas ao estilo policial, não posso dizer que tenha lido algum livro de Agatha Christie que me tenha parecido repetido ou similar a outra qualquer obra desta autora.

Relativamente a "Crime em Hickory Road", é uma obra com a presença e claro resolução de Hercule Poirot e as suas celulazinhas cinzentas. Curiosamente, e onde este livro marca alguma diferença é que Poirot tem uma presença muito ligeira, sendo a maior parte da investigação realizada pelo inspector Sharpe. Claro que Poirot está lá para esclarecer tudo no final.

Outra característica deste livro é a quantidade elevada de personagens para um livro tão curto. É de notar que estamos numa residência estudantil, o que justifica a sua quantidade, e se isto é um problema no início para conseguirmos identificar cada uma das personagens, elas são bem caracterizadas e facilmente as distinguimos. Uma personagem que ganha vida no início deste livro é Miss Lemon a, pelas palavras de Poirot, inacreditavelmente feia e incrivelmente eficiente sua secretária e que tem neste livro o seu único registo de erro nas suas funções.

O caso em si é interessante, longe de ser dos mais bem conseguidos desta autora, mas vai evoluindo de forma agradável, desde os estranhos roubos, aos assassinatos e resolução final. Entretém e mantêm-nos agarrados enquanto não o acabamos.

De negativo devo mencionar que me senti algo incomodado com a forma como a autora caracterizou algumas personagens de raça africana e asiática, nada demasiado ofensivo como por exemplo Hergé apresenta em Tintin no Congo, mas desconfortável de qualquer das formas.

Uma nota para o nome da obra no original, Hickory Dickory Dock é uma lengalenga infantil que os versos dizem assim:

"Hickory, dickory, dock,
The mouse ran up the clock.
The clock struck one,
The mouse ran down,
Hickory, dickory, dock."

Confesso que terminei o livro sem saber ao certo que ligação esta lengalenga tem com o desenrolar da obra.

Nota (escala 1 a 10): 7
TheKhan




 

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