segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Inimigo





Autor: Bernard Cornwell
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 370
ISBN: 9789896375386
Série: Crónicas de Nathaniel Starbuck nº 3 de 4

 
Sinopse:
Americano contra americano. Irmão contra irmão. Numa guerra civil tão cruel como a americana há heróis, vilões e... um inimigo.
Com a mestria e excelência a que Bernard Cornwell habituou os seus leitores, eis que mergulhamos na devastação da Guerra Civil Americana e testemunhamos as vitórias e derrotas dos exércitos do Sul e Norte. No meio da carnificina, dois amigos de infância, Nathaniel Starbuck e Adam, decidem ir contra familiares e amigos para lutar pelas próprias convicções, imersos no sangue e horror da guerra. E mesmo após provar a sua bravura através de grandes feitos militares, a carreira de Nathaniel é posta em perigo pelas suspeitas e hostilidade do brigadeiro-general Washington Faulconer. O resultado desta luta sem quartel irá alterar drasticamente os destinos de ambos os homens e lançá-los naquela que foi uma das mais sangrentas e decisivas batalhas do conflito americano… Conseguirá Nathaniel sobreviver incólume, mesmo rodeado de inimigos?

Opinião:
Seguindo o hábito, comecei esta série de livros de Cornwell não pelo início mas sim por uma obra intermédia. Neste caso este é o terceiro de quatro livros até ao momento escritos sobre Starbuck e a Guerra Civil Americana.

Tal como os livros do Sharpe imaginei que esta serie seria de possível leitura aleatória, não dependente da cronologia. Talvez por serem apenas quatro livros, estes não são tão independentes e apesar de ser possível lê-los sem seguir a ordem, é preferível fazê-lo, pois cada livro não engloba o resumo da vida e acções das suas personagens até ao momento em questão. Assim não somos introduzidos às personagens e andamos um pouco, no início do livro, a apanhar bonés.

Antes de mais convém referir que só comecei a ler esta série porque já tenho e li todos os livros do Sharpe editados em Português. Continuo a aguardar pacientemente que publiquem os restantes.

De referir também que a Guerra Civil Americana, da qual tinha muito pouco conhecimento, mas que este livro me permitiu explorar e aumentar a minha cultura, não me criava tanto interesse como por exemplo as Guerras Napoleónicas, Segunda Guerra Mundial ou a expansão do Império Romano.

Assim foi algo complicado entrar e avançar no livro ao longo das primeiras páginas. Primeiro por falta de introdução às personagens como referi anteriormente, segundo por pouco conhecimento do ambiente em que se desenrola o livro e terceiro porque ao contrário dos livros do Sharpe que apenas se centram neste personagem, este livro não só segue Nathaniel como também segue o seu pai o reverendo Elial Starbuck e seu ex melhor amigo Adam Faulconer.

Nathaniel Starbuck é um jovem originário de Boston, cidade da União mas que contrariamente ao esperado combate pelos rebeldes do Sul. Assim traz um visão inesperada pois implica que o herói da série combata pelo lado que sairá derrotado no final da guerra.

Sendo um adepto da série do Sharpe é-me impossivel não estabelecer uma linha de comparação entre estes dois heróis. Gosto muito da personagem de Sharpe, mais do que este Starbuck, a personalidade é bastante diferente, mas apesar de tudo tenho de admitir que Nathaniel transparece muito mais realidade que Sharpe. É menos personagem de filmes de cinema. Há ainda assim semelhanças, a figura heróica, a enorme capacidade de liderança, o lado humano e claro a aparente tendência para ser mulherengo. Digo aparente, porque ao contrário dos livros de Sharpe, Starbuck neste "Inimigo" não conquista nem se envolve com qualquer mulher, mas esta característica é várias vezes mencionada. Nathaniel tem também o seu Harper na figura de Truslow.

Cornwell está no seu terreno, é nos momentos de guerra, na descrição das batalhas, dos combates que é brilhante. As batalhas são minuciosamente detalhadas, as armas, as estratégias, as figuras históricas bem retratadas. Há momentos extraordinários de tão bem descritos como por exemplo o ataque à estação de comboios, que me marcou particularmente , cruéis como o ataque à estalagem e surpreendentes como a conversão do Coronel Swynyard ou o confronto no final do livro entre Nathaniel e Medlicott.

Há personagens detestáveis como o malvado e perverso Capitão Blythe ou o fanático religioso reverendo. Mas há outras interessantes, uma delas em particular agradou-me mesmo antes de saber de uma curiosa relação, o Coronel de cavalaria Patrick Lassan não é mais do que o filho de Richard Sharpe.

Obviamente gostei, os romances históricos, quando bem escritos agradam-me sempre. Agora é voltar um pouco atrás e ler os dois livros anteriores para depois terminar com o seguinte.

Nota (escala 1 a 10): 7
TheKhan

sábado, 30 de novembro de 2013

A Pista de Gelo

 

Autor: Roberto Bolaño
Editora: Quetzal
Páginas: 198
ISBN: 978925649985
 
Sinopse:
Tudo se passa durante um mês de verão numa praia do Mediterrâneo. Há uma mansão arruinada, uma bonita patinadora em decadência, e a paixão de um autarca de província. É há um crime, nas diferentes versões de três narradores que se vão completando e corrigindo. Remo Móran, Gaspar Heredia e Enric Rosquelles estão ligados a esse acontecimento central e, sem o saberem, podiam tê-lo impedido.

Pista de Gelo - que se constrói sobre as linhas características do projeto narrativo de Roberto Bolaño - é um espaço de reflexão sobre a corruptibilidade dos políticos, sobre a ação perturbadora do amor nas pessoas, sobre o desenraizamento, a amizade e a dissolução dos sonhos. E mostra-nos, sobretudo, que nada é o que aparenta ser, nada é bem o que nos contam; e que mesmo na ausência de sentido, a vida prossegue.
 
Opinião:
Há livros que lhes pegamos um pouco a medo. São aqueles que nos chamam à atenção, o autor é consagrado mas será que nos irão agradar? Se sim o prazer que tiramos deles é sempre assinalável.
 
A Pista de Gelo um dos livros que entra, para mim, nessa categoria. E sim que agradável foi lê-lo.
 
O livro é relativamente pequeno, com menos de 200 páginas, e quando o desfolhamos a primeira coisa que salta à vista são os capítulos bastante curtos e a ausência de parágrafos. Parece denso mas não o é, pelo menos sempre que começava um capitulo terminei-o sempre, nunca se tornando massudo.

A escrita é extremamente fluída, a narração é feita na primeira pessoa, em jeito de relato, o que limita largamente as descrições, assim o livro é objectivo, não há perda de tempo em divagações. Os relatos individuais são complementares mas pouco aprofundados o que dá largas à imaginação do leitor.

A sinopse que apresenta o livro é incrivelmente precisa, quando o terminei constatei que não seria possível ser resumido de melhor forma.

Mas o que é que torna este livro melhor do que a maioria? Sem dúvida que o relacionamento do leitor com as personagens. Quando o estamos a ler, somos automatica-mente transportados para o local onde se passa a acção, Z, e os capítulos ou relatos são como que uma conversa de café com os narradores. Depois há sentimento, há ligação com as personagens, há o sentir o que eles sentem, o ver o que eles vêem, amar, sonhar e recear.

A caracterização das personagens não é aprofundada, ao lermos o livro sentimos que as conhecemos, mas no fundo eles não são mais do que um conjunto de pessoas que conhecemos numas férias de Verão. Um mês, um passado praticamente desconhecido e um futuro distante.

Das personagens há a destacar a força de Remo, a paixão de Gaspar e Caridad, os sonhos de Carmen e Enric o tão Ibérico político corrupto, fraco e desprezível. O seu destino deveria ser o mesmo destino de muitos dos políticos "coladores de cartazes" deste país.

Gostei, agora é comprar o "2666" e lê-lo.

Nota (escala 1 a 10): 8
TheKhan



terça-feira, 26 de novembro de 2013

Royal Flash

















Autor: George MacDonald Fraser
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 258
ISBN: 9789896372774
Série: The Flashman Papers nº 2 de 12

Sinopse:
A sua cobardia só é comparável à sua cara de pau. Harry Flashman tem tudo para ser o maior herói do Império Britânico. E esta é a sua odisseia! Dos salões vitorianos de Londres às fronteiras exóticas do Império, prepare-se para conhecer o maior herói do seu tempo (raios, de todos os tempos!)Após o seu regresso do Afeganistão como herói de guerra, Flashman vê-se envolvido com a bela e perigosa Lola Montez e o malévolo Otto Von Bismarck numa batalha de engenhos que irá decidir o destino de um continente. Dando início a uma aventura épica, o nosso galã embrulha-se numa sucessão desesperada de fugas, disfarces, encontros amorosos e combates singulares que atravessam os salões de jogo e masmorras de Londres para culminar nas salas de trono da Europa. Será que os talentos de Flashman irão salvar o nosso sortudo cobarde das garras de Otto Von Bismarck e da bela Lola Montez?
 
Opinião:
Já o disse numa opinião anterior, sou um adepto de anti-heróis. Flashman é um anti-herói, mas será que por isso sou um adepto deste personagem? Não, nem por isso.

Antes de mais há que situar o autor da obra na cultura popular, George MacDonald Fraser pode à primeira vista ser um nome que nada diz, mas para além da escrita da série Flashman foi também argumentista de vários filmes de Hollywood como por exemplo o "007 Octopussy", "Os Três Mosqueteiros" e "Os Quatro Mosqueteiros".

Quanto ao livro em analise, Royal Flash é o segundo de doze livros escritos por MacDonald Fraser, sobre o maior herói do Império Britânico, ou melhor, o maior canalha, mentiroso, trapaceiro, cobarde e ahh sim bajulador.

Apesar de ser só o segundo livro, parece-me ser o último editado em Português, sendo de 2010 calculo que seja mais uma das muitas colecções que preenchem a minha pequena biblioteca e que ficam por terminar por falta de edição de algumas obras. Mas isto é um desabafo que fica guardado para um dia mais tarde.

O livro em si é uma abordagem diferente ao estilo aventura. Diferente porque o protagonista é alguém que normalmente esperamos que seja corajoso e audaz. Flashman não o é, pelo contrário tenta por tudo fugir à acção e se possível, ainda rouba uma ou duas peças de valor para poder ter dinheiro para gastar nos chamados maus vícios.

A abordagem é interessante, mas peca pelo exagero. É irritante o herói perfeito, cheio de virtudes, que faz tudo bem e mesmo quando as coisas não correm de feição há um acto de enorme felicidade que resolve a contenda a seu favor. Mas também é irritante aquele que é exageradamente cobarde, sem qualquer sentimento nobre, mas que tal como o herói usual é bafejado por uma sorte que resolve tudo a seu favor. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

Os aspectos mais interessantes, e que me prenderam mais ao livro são, pondo um pouco de lado os exageros, os momentos de introspecção que o "herói" tem perante os vários momentos de perigo que vai vivendo ao longo da história. Os receios do que poderá correr mal, as soluções alternativas, todas aquelas dúvidas que os heróis habitualmente não partilham com os leitores. O aspecto humano que seria interessante de obter de alguns personagens clássicos.

Flashman é uma personagem de ficção mas é-nos apresentado como sendo uma figura histórica, o autor conta a sua história de uma forma biográfica, com interessantes anotações que procuram inseri-lo no mundo real. Ao longo das obras ele cruza-se com variadíssimas figuras reais, neste caso em particular temos Otto von Bismarck e Lola Montez.

Resumindo, é um livro levezinho, de leitura fácil e descontraída, com alguns momentos divertidos. Lê-se rapidamente, mas não é nenhuma obra de referência. Se a editora publicasse o seguinte comprava para continuar a colecção.

Curiosidade: Sendo o autor um argumentista de Hollywood era mais do que natural que a sua personagem mais famosa fosse adoptada ao cinema, mais precisamente num filme baseado nesta mesma obra.



O actor Malcolm McDowell no filme "Royal Flash" de 1975.

Nota (escala 1 a 10): 6
TheKhan

domingo, 24 de novembro de 2013

A Cruz de Morrigan

















Autor: Nora Roberts
Editora: Saída de Emergência
Chancela: Chá das Cinco
Saga/Série: Trilogia do Círculo. Livro nº 1
Nº Páginas: 310
ISBN: 9789897100253

Sinopse:
Uma batalha entre as forças do bem e do mal está prestes a começar. De um lado Lilith, a vampira mais poderosa do mundo. Do outro, a deusa Morrigan, que tudo fará para a travar com o seu círculo... 
Irlanda, século XII. O feiticeiro Hoyt está destroçado pela perda do seu irmão gémeo, transformado num vampiro pela poderosa Lilith. A deusa Morrigan está determinada a enfrentar Lilith e avisa Hoyt de que chegará um dia em que se formará um círculo de seis, destinado a enfrentar Lilith e salvar a Humanidade. Hoyt usa os seus poderes para viajar à Nova Iorque dos dias de hoje onde descobre o seu irmão, um homem bem-sucedido mas frio e cínico, e pede-lhe auxílio na luta contra Lilith. Mas o círculo não está completo sem os poderes mágicos da artista Glenna Ward. Hoyt não confia na magia dela, mas ambos farão tudo para alcançar os seus objetivos. E ao enfrentarem legiões de inimigos, apercebem-se de que o amor que cresce entre ambos poderá aumentar as probabilidades de derrotarem Lilith... 

Opinião: 
Este livro conta a história de Hoyt e Cian, dois irmãos gémeos que foram forçosamente separados pela poderosa e maligna vampira Lilith. Hoyt é um feiticeiro e Cian um guerreiro. Este foi transformado num vampiro por Lilith. Hoyt procura vingança e tenta destruir Lilith, mas a Deusa Morrigan tem uma missão mais importante para ele. Salvar a Humanidade. Assim, Hoyt viaja no tempo para o nosso presente para encontrar o irmão e mais 4 pessoas, para juntos formarem o Círculo que irá combater a poderosa vampira.

O enredo desta história desenvolve-se, numa fase inicial, de modo um pouco lento, mas à medida que vamos avançando na leitura, e conforme vão aparecendo os personagens, a história ganha mais intensidade. As personagens são todas diferentes, cada uma com a sua particularidade. Através do "treino" a que têm de se submeter, Nora dá-nos a conhecer as caracteristicas e personalidade de cada uma. A minha preferida foi Cian, o vampiro, a típica personagem atormentada pelo passado e pela possibilidade de se redimir por tudo de errado que fez na sua vida ao longo dos séculos. Gostei também da relação entre Hoyt e Glenna. Não sendo uma relação muito complexa e cheia de problemas, é sim um amor fácil e simples, dando um toque romântico à história.

Através de uma escrita simples e bastante fluída, mas sempre brilhante, Nora apresenta-nos uma combinação de aventura, romance, magia e humor. Algumas cenas entre os personagens são super engraçadas, o que permite ao leitor uma leitura bastante descontraída.

Nora Roberts estreia-se assim no mundo do Fantástico. E devo dizer que não se saiu nada mal. Não sendo um livro muito complexo a nível de fantasia, tem todos os ingredientes para cativar o leitor. Tem vampiros, metamorfos, bruxas, feiticeiros, guerreiros, magia e, como em todos os livros da Nora, amor e romance. Fiquei, definitivamente curiosa como vai continuar esta batalha entre o bem e o mal.

Nota (escala de 1 a 10): 8

IrishGirl

terça-feira, 12 de novembro de 2013

A Feiticeira

















Autor: Michael Scott
Editora: 1001 Mundos
Páginas: 378
ISBN: 9789895577026

Sinopse:
Nicholas Flamel ficou com o coração despedaçado ao ver a sua amada Paris desmoronar-se. A cidade foi destruída por Dee e Machiavelli, mas Flamel também teve a sua quota-parte de responsabilidade.
Sophie e Josh Newman revelam cada vez mais sinais de serem os gémeos da profecia e Flamel tem de os proteger dos Anciãos Negros. Mas o Alquimista enfraquece a cada dia que passa, Perenelle continua presa em Alcatraz e, agora que Scatty desapareceu, o grupo está desprotegido. A única arma de que dispõem é Clarent - a espada gémea de Excalibur. Mas o seu poder maléfico é tão indomável que quem a empunha corre o risco de a alma lhe ser roubada.
Para manter a esperança de derrotar Dee, Nicholas tem de encontrar um ancião que ensine aos gémeos Josh e Sophie a terceira magia elementar- a Magia da Água. O problema é que que Gilgamesh é mesmo muito louco.

Opinião:
Os Segredos de O Imortal Nicholas Flamel, é uma série de fantasia descoberta pela IrishGirl, não fosse o autor irlandês, mas acabei por ser eu a avançar pela leitura dos livros.

A Feiticeira é o terceiro livro da série que é composta por seis livros. Em Portugal encontram-se editados quatro livros, mas visto que o último já foi editado em 2011, temo que seja mais uma colecção que fique incompleta.

Esta série é daquelas em que para mim os livros ficam sempre um pouco esquecidos na prateleira. E há razões para isso, o estilo é demasiado juvenil para a minha faixa etária, as personagens principais são um par de adolescente que serão os gémeos de uma profecia que indica que virão salvar o mundo, a fantasia é excessiva e pouco consistente mas a verdade é que quando os estou a ler, sinto-me agarrado e quando acabo compro o seguinte e assim começa nova saga.

Para quem não conhece esta série, é de referir que para além de Josh e Sophie, os irmãos adolescentes, que são as únicas personagens originais, todas as restantes são uma mistura de personalidades famosas com figuras da mitologia. Neste livro encontramos personagens como Nicholas e Perenelle Flamel, John Dee, Niccolò Machiavelli, Palamedes, William Shakespeare, Billy the kid, Joana D'Arc, Juan de Ayala, Scathach, Morrigan, Bastet, Cernunnos e Gilgamesh. Isto no século XXI.

À partida um livro com tantas figuras é apelativo, o problema é que apesar dos nomes lá se encontrarem, não consigo visualizar estas figuras nas personagens. As personagens originais também não brilham, Sophie é demasiado perfeita e enfadonha, Josh é irritante de tão mimado.

Quanto à fantasia excessiva, duas irrealidades que custam a aceitar. As personagens são centenárias ou até milenares, a acção da série decorre num intervalo de duas semanas. Os vulgares humanos vivem a sua vida sem se aperceberam da existência de tão fantásticas personagens, imaginem um dragão à solta na noite de Paris, na sequência do combate épico do final do livro que antecede este, os pináculos e as gárgulas da Catedral de Notre Dame são destruídas, causa apontada pela comunicação social na manhã seguinte... a chuva ácida.

Voltando um pouco atrás, com tantos defeitos que encontro porque é que fico agarrado a estes livros? Porque por um lado a acção está sempre presente, o ritmo é rápido e se os livros não são bons, também não são maus, e já que os comecei, agora quero saber como acaba a história.

Nota (escala 1 a 10): 5,5
TheKhan
 

sábado, 26 de outubro de 2013

O Terceiro Passo

















Autor: Christopher Priest
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 310
ISBN: 9789728839802

Sinopse:
O Terceiro Passo é uma história de segredos obsessivos e curiosidades insaciáveis. Actuando nas luxuosas salas de espectáculos vitorianas, dois jovens mágicos entram num feudo amargo e cruel, cujos efeitos podem ser ainda sentidos pelas respectivas famílias mais de um século depois. Os dois homens assombram a vida um do outro, levados ao extremo pelo mistério de uma espantosa ilusão que ambos fazem em palco. O segredo da magia é simples, mas para os antagonistas o verdadeiro mistério é outro, pois ambos os homens têm mais a esconder do que apenas os truques da sua ilusão.

Opinião:
O Terceiro Passo, ou O Prestígio, título utilizado na segunda edição deste mesmo livro pela Saída de Emergência, e que é na realidade a tradução do título original, é uma daquelas obras em que segui a ordem contrária ao habitual. Vi o filme, o qual achei excelente em 2009 e só agora li a obra.

E claro que ficamos sempre condicionados pelo que "consumimos" primeiro e por isso mesmo considero o filme melhor.

O livro e o filme têm como base a mesma história, o feudo entre dois mágicos vitorianos, Alfred Borden e Rupert Angier. O livro tem uma abordagem um pouco diferente, visto que introduz e finaliza a história no presente, incluindo personagens que são descendentes dos mágicos e que sofrem ainda com a rivalidade entre os seus famosos bisavós.

A história é contada na perspectiva das quatro personagens, os dois mágicos e os seus dois descendentes, o que no que toca aos mágicos se torna bastante interessante, quando cruzamos as duas visões relativamente a alguns dos acontecimentos marcantes da história. Problema é que, se a narração de Borden vem em jeito de livro e é bastante curta a de Angier é apresentada no formato de um diário e é bastante mais longa, ocupando mais de metade do livro, desequilibrando um pouco a balança, pois o diário torna-se um pouco exaustivo, arrastando-se em alguns momentos.

Este livro ocupou os meus tempos de leitura das últimas duas semanas. Posso dizer que gostei, entreteve-me, mas é um livro que quando o fechei, e me preparei para escrever esta opinião, deparei-me com um certo vazio, lê-se bem, é interessante mas não tem nada que me tenha marcado. Acredito que este sentimento venha muito por culpa de ter visto o filme anteriormente, e que o desenrolar da história perdeu todo aquele "glamour" do mistério e do efeito de surpresa que os truques de magia têm.

As personagens principais, estão tão envolvidas na sua rivalidade e são tão obcecadas que não se tornam apelativas ao leitor. Assistimos ao desenrolar da sua história mas não nos envolvemos sentimentalmente. No fim foi-me perfeitamente indiferente o destino que cada um teve. É certo que a visão bipartida da história, nos permite entender as reacções e decisões que ambos têm e que levam, via teimosia extrema e diálogo nulo, a tomar ao longo do livro. O autor não procura criar heróis mas sim dois seres humanos, com muitos dos defeitos que estes podem ter, mas brilhantes na sua função de ilusionistas.

Uma última palavra para o final do livro, que é bastante perturbador, muito ao estilo de ficção gótica. Interessante, mexe com o leitor mas pareceu-me um pouco deslocado relativamente ao resto do livro.

Nota (escala 1 a 10): 7
TheKhan


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Kafka à beira-mar


 
Autor: Haruki Murakami
Editora: Casa das Letras
Páginas: 589
ISBN: 9789724616469

Sinopse:
Kafka à Beira-Mar narra as aventuras (e desventuras) de duas estranhas personagens, cujas vidas, correndo lado a lado ao longo do romance, acabarão por revelar-se repletas de enigmas e carregadas de mistério. São elas Kafka Tamura, que foge de casa aos 15 anos, perseguido pela sombra da negra profecia que um dia lhe foi lançada pelo pai, e de Nakata, um homem já idoso que nunca recupera de um estranho acidente de que foi vítima quando jovem, que tem dedicado boa parte da sua vida a uma causa - procurar gatos desaparecidos.
Neste romance os gatos conversam com pessoas, do céu cai peixe, um chulo faz-se acompanhar de uma prostituta que cita Hegel e uma floresta abriga soldados que não sabem o que é envelhecer desde os dias da Segunda Guerra Mundial. Assiste-se, ainda, a uma morte brutal, só que tanto a identidade da vítima como a do assassino permanecerão um mistério.
Trata-se, no caso, de uma clássica (e extravagante) história de demanda e, simultaneamente, de uma arrojada exploração de tabus, só possível graças ao enorme talento de um dos maiores contadores de histórias do nosso tempo.

Opinião:
Murakami foi sempre um autor que não me cativou. As sinopses dos seus livros não me "dizem" nada. A leitura deste livro veio por sugestão e também por empréstimo.

Começando pelo fim, Kafka à Beira-Mar por um lado confirmou as minhas reservas, por outro surpreendeu-me largamente.

Gostei muito da escrita de Murakami, é de uma qualidade poética, mas ao mesmo tempo de uma facilidade de leitura bastante considerável. É muito fácil avançar ao longo do livro, as páginas correm à frente dos nossos olhos.

Cheguei a meio do livro conquistado mas... o problema é a segunda metade. Adorei o livro até à altura em que começaram a chover peixes e sanguessugas. Depois arrastei-me até ao fim. Continuei a adorar a escrita mas o desenrolar da história perdeu grande parte do interesse.

Sou um leitor pragmático. apesar de gostar de fantasia, para mim há a necessidade de haver limites. Tem de ser algo de estruturado e quando a fantasia soa a coelho tirado da cartola, acaba por me desagradar. No fundo se os acontecimentos do livro acontecessem num universo totalmente criado para esta obra seria mais fácil de aceitar, agora os acontecimentos que a sinopse descreve acontecerem no Japão dos dias de hoje não me agarra. É um fosso muito grande entre o real e a fantasia, é um pouco como o azeite e vinagre, custa-me a misturar.

Tenho consciência que estou a escrever sobre uma obra de um autor que um dia muito provavelmente será distinguido com o Nobel da literatura. Mas eu não leio por modas, por prémios, leio por entretenimento. Talvez uma abordagem menos fantasista, numa obra deste autor, me faça qualifica-la ao nível da qualidade da sua escrita.

Falando um pouco das personagens. Com Murakami é notório que não há personagens "normais". De todas tenho de destacar Nakata. Apesar de a sua história ser pouco desvendada, aparentemente algo também típico do autor que deixa muito em aberto, devo dizer que foi das personagens que mais gostei de todas as obras que li até hoje. A pureza dos seus sentimentos, e a enorme humildade criada pelas suas limitações são extraordinárias. O seu duelo com Johnnie Walker é brilhante, é uma descrição tão palpável que até provoca pele de galinha.

Nota (escala 1 a 10): 7
TheKhan

 

domingo, 15 de setembro de 2013

Dragões de um Alvorecer de Primavera



 

Autor: Margaret Weis & Tracy Hickman
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 370
ISBN: 9789896375539                          
Série: As Crónicas de Dragonlance nº 3
Sinopse:
Krynn prepara-se para a batalha decisiva contra os servos de Takhisis, a rainha das Trevas. Os nossos companheiros têm em seu poder as misteriosas e mágicas orbes e lança de dragão, mas será isso o suficiente para resistirem às forças da escuridão?


Uma batalha ainda maior encontra-se por travar no coração de cada um dos heróis. Tanis está dividido entre a perigosa Kitiara e o amor incondicional de Laurana. Raistlin prossegue a sua demanda por mais conhecimento e poder entre os magos de Krynn, mas o preço a pagar é elevado e poderá não sobreviver. Saberá Caramon, o seu irmão, até onde vai a ambição de Raistlin? Tasslehoff aprende, pela primeira vez, a sentir medo pelos seus amigos.

Com o alvorecer, novos segredos e traições, mas também grande coragem e sacrifício, serão revelados. Os deuses são testemunhas de que nada voltará a ser o mesmo em Krynn.

Opinião:
E assim acaba a trilogia das Crónicas de Dragonlance. E já estou com saudades das personagens.
Que agradável foi a leitura destes três livros. Uma série que desconhecia totalmente, como disse na opinião ao primeiro livro, mas que me conquistou de tal maneira que me apetecia voltar uns anos atrás para jogar Advanced Dungeons & Dragons: Heroes of the Lance no velhinho ZX Spectrum com estas personagens.

Quanto a este livro em particular, a Primavera termina aquilo que começou no Outono, e ao contrário daquilo que constatei nos livros anteriores, não tem um desenlace tão curto ou apressado. Quanto à série em si, muito fica em aberto, o Mundo de Krynn tem muito ainda por nos contar.

Mais uma vez, e correndo o risco de me repetir, as personagens são tudo para Dragonlance. No seguimento do Inverno, encontramos os nossos heróis espalhados mas para derrotar as forças do mal terão de se reunir de novo. Todos? Não, porque o mundo avança e vidas se perdem enquanto novas aí virão.

O conjunto de personagens é vasto desde o primeiro livro, algumas vão perdendo preponderância mas há outras que vão crescendo ao longo da série. Tass é um bom exemplo, confesso que no primeiro livro, era uma personagem que me irritava um pouco, depois foi evoluindo e termina como uma das personagens mais interessantes, que nos faz rir das suas características de kender, mas que por outro lado nos enternece com as suas novas descobertas e desafios pelos quais terá de passar.

E não é só o kender, todas as personagens são tão bem retratadas e caracterizadas, que vamos ao longo dos livros tendo a consciência de que as conhecemos bem. E não são planas, de maneira nenhuma, todas elas passarão individualmente por momentos de dúvida, em que nos transmitem características diferentes da sua personalidade. Os momentos de Raistlin e Bupu, Tanis e a fraqueza por Kitiara, Tas e o medo pelos companheiros, Sturm e a realidade dos Cavaleiros de Solamnia etc.

E depois há os mais "velhos", Flint talvez fosse a personagem menos desenvolvida, mais apagada, mas neste livro, vamos tendo ao longo das páginas uma constante consciência e preocupação relativamente a ele e que fantástica é a sua participação no aproximar do final da história. O outro "velho" Fizban, sempre foi a minha personagem favorita, sempre divertido mas muito misterioso, a surpresa no fim, é muito interessante.

Porque é que falo tanto das personagens? Porque são de longe o ponto forte. Quanto à história, é mais uma vez contada em ritmo extremamente rápido, de forma a não aborrecer o leitor, mas como em tudo, nada é perfeito, falta um pouco de profundidade, falta conhecermos melhor o mundo de Krynn. Faltam mais uma vez páginas, desta vez não para aprofundar o final mas sim para fazer uma ponte mais estável com os dois livros anteriores.

Mais uma vez foi uma leitura extremamente divertida e descontraída. Agora que acabou a trilogia levanta-se a questão. Então Srs. da Saída de Emergência depois das Crónicas o que vem a seguir? As "Lost Chronicles" com o aprofundamento das secções não contadas nesta trilogia? A "Second Generation" ou a trilogia "Legends" com as histórias anteriores ao cataclismo e o passado de Raistlin e Caramon? Seja o que for srs. queremos mais...

Nota (escala 1 a 10): 7,5
TheKhan



Opinião:

E chegamos ao terceiro livro desta saga espectacular, e já estou cheia de saudades dos personagens e de todo o mundo de Krynn. Ok, bem certas coisas nojentas como os draconianos, não deixam saudades... Mas quando uma história está a chegar ao fim, e ficamos indecisos se devemos avançar e descobrir o fim, ou atrasamos a leitura porque não nos queremos separar dos personagens, é porque adoramos o livro! Pelo menos, comigo é assim.

Neste livro, temos à batalha final entre as forças do bem e do mal. A narrativa desenvolve-se rápidamente, passando de uns personagens para outros, de um local para outro, quase não nos deixando respirar e pensar no que se está a pensar. Descobre-se o segredo de alguns mistérios, mas ficam outros por revelar. Ainda em relação à batalha final, esta não me pareceu lá uma grande batalha! Estava à espera de mais luta de espadas, no entanto, entendo que a batalha aconteceu da melhor forma para equilibrar as forças sobre Krynn.

As personagens são a vida desta saga. Personagens com qualidades e defeitos, que vão crescendo ao longo da narrativa. Tanis, Laurana, Caramon, Tika, Tasslehof, Raistlin, todos eles têm de tomar decisões importantes que contribuem para o desenvolvimento da história e para definir o carácter de cada um. Gostei especialmente do Kender, que com as suas características particulares me fizeram rir e chorar. Também ele cresceu ao longo da história

O final desta trilogia foi bastante adequado. Nem tudo ficou perfeito, e talvez por isso achei que foi apropriado. Adorei esta saga. Foi uma leitura muito divertida e fiquei com vontade de ler mais sobre este mundo de Krynn.


Nota (escala 1 a 10): 7,5
IrishGirl

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Passatempo - Dragões de um Alvorecer de Primavera - Vencedores



Chegou ao fim o passatempo dedicado aos "Dragões de um Alvorecer de Primavera".

Antes de mais, obrigado a todos os participantes. Aqueles que não ganharam, não desanimem, haverá certamente outras oportunidades.

Os vencedores são:

10 - Lídia Conceição Ferreira
40 - Fábio Ventura

Parabéns!!!

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Magia ao Vento

















Autor: Christine Feehan
Editora: Saída de Emergência
Saga/Série: Saga Irmãs Drake nº 1
Nº Páginas: 160
ISBN: 9789896376239

Sinopse: 
“A Sarah voltou para casa”. Desde que Damon Wilder procurou refúgio em Sea Haven ouve-se o mesmo boato passar de boca em boca de quase todos os habitantes da pacata vila costeira. Até o vento parece murmurar o nome dela – um devaneio tão sugestivo que leva o curioso Damon até à casa da falésia de Sarah, onde procura o seu abrigo. Mas Damon não chegou sozinho. Foi seguido por alguém até Sea Haven. Alguém que rodeia as sombras da casa Drake, onde Sarah esconde os seus próprios segredos. O perigo ameaça os dois – tal como o desejo mais premente que alguma vez sentiram – e está a apenas um sussurro de distância. 

Opinião: 
Christine Feehan conta-nos uma história de uma família misteriosa, em que as mulheres são especiais. Existe algo de mágico, sem explicação racional, em volta destas irmãs que são muito queridas e respeitadas na pacata vila de Sea Haven. Sarah é a mais velha da sete irmãs e voltou para casa. Damon Wilder, um homem de poucas falas e que não parece encaixar numa vila em que as pessoas todas se conhecem e falam umas das outras, não consegue evitar sentir-se curioso acerca de Sarah Drake. Uma força superior, leva-o a casa de Sarah e quando se conhecem, não conseguem esconder a atracção que sentem um pelo outro.

Magia ao Vento é o primeiro livro desta saga e funciona como uma introdução à história das irmãs Drake. A autora tem uma escrita simples e muito fluída. O enredo é muito superficial. Desenrola-se muito rapidamente, e não chegamos a envolver-nos o suficiente. Falta um pouco mais de aprofundamento, de desenvolvimento nas personagens e na história em si. Sarah e Damon, personagens típicas de mulher confiante e independente, e homem sensual e atormentado, que se apaixonam perdidamente à primeira vista, não são marcantes. Por causa da frase "A Sarah voltou para casa", esperava um pouco mais. Um pouco mais de sobrenatural. Das irmãs, temos só uma pequena ideia. Suponho que nos próximos livros haja mais desenvolvimento.

É um livro para se ler numa tarde. É, também o primeiro livro que leio desta autora e confesso, que apesar das falhas referidas atrás, deixou-me curiosa em relação aos seguintes livros. Talvez tenha sido escrito assim propositadamente para nos deixar a ansiar por mais. Por mais magia. 

Nota (escala de 1 a 10): 6

IrishGirl

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Passatempo - Dragões de um Alvorecer de Primavera

 
Passatempo

 
Em parceria com a Saída de Emergência estamos a oferecer 2 exemplares dos "Dragões de um Alvorecer de Primavera" de Margaret Weis & Tracy Hickman.
 
Para se habilitarem a ganhar um dos livros a sortear, terão de responder correctamente ao questionário que se segue.
 
Notas:
 
O passatempo decorrerá até às 23h59m do dia 5 de Setembro de 2013 e os resultados serão posteriormente publicados neste blogue.
 
Só será aceite uma participação por pessoa e por razões relacionadas com o envio dos prémios, só serão considerados participantes residentes em Portugal.
 
Os participantes que responderem correctamente a todas as perguntas, formarão uma lista da qual serão sorteados aleatoriamente os vencedores.
 
O sorteio e posterior envio dos prémios aos vencedores, são da responsabilidade da editora.
 
Os vencedores serão contactados primeiramente via email para fornecerem a morada na qual pretendem receber o prémio.
 
Para obterem as respostas deverão consultar o excerto da obra
 
Boa sorte!
 
 O Passatempo terminou. Os resultados serão divulgados brevemente.


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Dragões de uma Noite de Inverno

Autor: Margaret Weis & Tracy Hickman
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 402
ISBN: 9789896375300                          
Série: As Crónicas de Dragonlance nº 2

Sinopse:
Os nossos heróis venceram uma batalha, mas não venceram a guerra pelo destino de Krynn. Os servos de Takhisis, a rainha dos Dragões, estão de volta e os povos de todas as nações precisam de lutar para salvar os seus lares e manter a própria liberdade. Mas há muito que as raças estão divididas pelo ódio e preconceito. Guerreiros elfos e cavaleiros humanos lutam entre si e a guerra parece estar perdida antes de começar.

Forçados a separarem-se pelos acontecimentos, passará ainda algum tempo antes que os nossos heróis se reencontrem. Perseguidos por estranhos sonhos e profecias sinistras, o grupo parte em busca das misteriosas e lendárias orbe e lança do dragão.

Conseguirão, juntos, fazer frente às trevas? E será possível para um cavaleiro caído em desgraça, enfrentar, à pálida luz do inverno, as forças de Takhisis?

Opinião:
Após a leitura do primeiro livro das Crónicas de Dragonlance fiquei sedento da sua continuação.
Ao Outono segue-se o Inverno e tal como a estação este livro é mais frio. Frio não por ser pior, de maneira nenhuma, frio porque é mais evoluído, mais distante e misterioso, perde um pouco da sua animação para um público mais adolescente e amadurece na narrativa e na sua complexidade. É mais adulto.

E o que contribui grandemente neste livro para o aumento do mistério, é que ao contrário do anterior, neste, o grupo de aventureiros, ou heróis das crónicas, se vão dispersando no mapa. Assim o desenrolar dos acontecimentos o obriga, e se o mistério aumenta, a dispersão também nos permite conhecer melhor a personalidade de algumas das personagens, menos desenvolvidas anteriormente.

Ao exemplo do livro anterior, a narrativa é enriquecida por momentos verdadeiramente extraordinários e vibrantes, dos quais tenho de destacar a chegada a Silvanesti e aos sonhos ou visões experimentadas por todos os elementos do grupo. Este é para mim o momento mais poderoso da série até ao momento. Tanto gostei que terminei o livro e voltei atrás para o ler novamente.

Mais uma vez o livro vive das suas personagens, que são o ponto forte da série. Continuam a transmitir-nos sentimentos e tornam-nos incapazes de não nos envolvermos com elas nas aventuras e ficarmos indiferentes ao que lhes vai acontecendo.

Somos também premiados com a chegada de novos personagens, alguns de grande importância, servem para criar uma áurea misteriosa no desenvolvimento da narrativa e que certamente terão papeis importantes no futuro. De notar também o reaparecimento de uma das personagens mais divertidas da série e que em parceria com o kender Tass é protagonista de momentos verdadeiramente hilariantes na chegada ao mundo dos gnomos.

Há livros que consideramos demasiado extensos, com excesso de descrições, que muitas vezes nada trazem de positivo à narrativa. Com este livro senti o contrário, estranhei alguns dos saltos que são dados na história, como exemplo, a viagem dos companheiros até ao Castelo de Muralha de Gelo. Toda a viagem e o resultado dela descrito numa canção de duas páginas? Os autores que me desculpem, mas para mim é demasiado curto. Até porque as "canções" irritam-me um bocado, seja aqui ou em "O Senhor dos Anéis". Tendencionalmente leio-as com pouca atenção.

Se no primeiro livro, achei que o final merecia mais umas 20 páginas, penso que este livro, poderia ter perfeitamente mais 150 páginas de descrição dos acontecimentos vividos pelos personagens principais, que só teria a ganhar.

E para o fim, o fim. Que final poderoso, de um dramatismo, apesar de espectável, muito bem conseguido e de lágrima ao canto do olho. De salientar que o aspecto romântico cresce bastante neste livro, Caramon e Tika, Tanis e Laurana e Kitiara, Gilthanas e Silvara e Sturm e Alhana. São condimentos que vêm enriquecer a obra.

É o amor e a amizade que dão a esperança nos momentos finais do livro e que lembram o leitor que após o Inverno vem a Primavera.

Este livro leva a mesma nota que o anterior, apesar de mais adulto e consistente pecar pelos tais momentos que mereciam maior descrição.

Ahh quase me esquecia, apeteceu-me escrever esta opinião da forma como os gnomos falam mas provavelmentedepoisninguémairialer.

Nota (escala 1 a 10): 7,5
TheKhan


Opinião:
Este é o segundo livro de As Crónicas de Dragonlance. Já passou sensivelmente um ano desde que li o primeiro volume e confesso que por causa disso custou-me bastante o início deste livro. Apesar de ter gostado do primeiro, já não me lembrava de como tinha terminado e demorei um pouco a "localizar-me". No entanto, depois do problema inicial, o livro prendeu-me até ao fim. 

Neste volume, o grupo de amigos separa-se e a aventura continua a um nível muito superior ao primeiro. Com a separação do grupo, os autores conseguiram dar mais visibilidade a algumas personagens e adensar o mistério. Existe muita coisa que ainda desconhecemos do mundo de Krynn. 

O ponto forte deste livro são as personagens. Não há como não gostar delas. Cada uma com as suas características. Obviamente que gostamos mais de umas do que outras. No entanto, nota-se um amadurecimento nas personagens ao longo da narrativa, que nos envolve e não nos deixam indiferentes.

O enredo desta história é mais "dark" e desenvolve-se a um ritmo muito rápido. Os autores deram um tom mais maduro, mais adulto ao livro, que só trouxe benefícios a esta aventura.

Destaco dois momentos na história que me marcaram por razões diferentes. A chegada ao monte Deixalá, a terra dos gnomos, foi um dos pontos mais cómicos do livro. O kender Tass e o Fizban juntos são do melhor que há. A batalha final com o Cavaleiro Sturm, que personifica tudo o que um cavaleiro deve ser, e com Laurana. Este final foi simplesmente espectacular. Não consegui parar até chegar ao fim. Envolveu-me de tal forma que não pude evitar algumas lágrimas.

Adorei o livro e estou ansiosa por continuar esta aventura no terceiro livro.

Nota (escala 1 a 10): 7,5



IrishGirl

sábado, 17 de agosto de 2013

Kick-Ass 2


 
Argumento: Mark Millar
Desenhos: John Romita Jr.
Editora: Marvel Publications
Páginas: 208

Língua: Inglês
ISBN: 978-0785152460
 
Sinopse: 

KICK-ASS is back, just as over-the-top as ever! As everybody's favorite psychotic 11-year-old HIT GIRL trains KICK-ASS to be...well, a bad-ass, RED MIST gathers a team of super-villains to take them down!
 
Opinião:
Trocando a ordem, para a segunda parte da obra, desta vez li primeiro o livro antes de ver o filme.
 
No seguimento da história anterior, temos uma Mindy McCready visualmente muito diferente. Mindy tem uma nova casa e uma nova família. Marcus e a mãe (que no livro não morreu ao contrario do filme) "obrigam-na" a comportar-se como uma menina da sua idade, e que grande diferença faz. Mas lá mais para a frente na bd volta tudo ao normal. Aliás sem a Hit-Girl nem o universo Kick-Ass valeria a pena existir. Neste livro temos a oportunidade de apreciar finalmente uma rival ao nível da Hit-Girl, a vilã Mother Russia, uma ex-guarda costas de, imaginem... Vladimir Putin.
Kick-Ass está por outro lado está mais confortável com o seu papel de vigilante, já se considera bastante bom a desancar nos vilões. No entanto, privado da parceria com Hit-Girl associa-se a um grupo de outros vigilantes ou "pseudo super-herois" para formar o "Justice Forever", que tipicamente ao estilo do universo "Kick-Ass", é um bando de homens e mulheres com muito boa vontade, sem super poderes e cada um vestido com um fato mais ridículo do que o outro. Deste grupo fazem parte os dois amigos de escola de Dave, que se transformam em "Battle-Guy" e Ass-Kicker".
 
No sentido contrário, e para dar argumento à obra, temos o retorno de Red Mist, o filho do líder mafioso do primeiro livro, que volta para vingar a morte do pai e claro tentar assassinar os dois heróis.
O rapaz volta completamente atormentado e torna-se num verdadeiro sanguinário, enterra o super-herói Red Mist e passa a ser o super-vilão "The Mother Fucker" e cria o gang de nome hilariante "Toxic Mega-Cunts".
 
As acções do grupo de vilões, para além de destruírem as referências da vida privada de Kick-Ass, acabam por provocar o retorno de Hit-Girl e assim fica preparado o cenário para a batalha final, com os seus momentos cómicos mas muita violência e sangue à mistura.
 
O final do livro deixa muita coisa em aberto para o terceiro livro, que por curiosidade está neste momento a ser publicado, indo já no segundo fascículo.
 
No intervalo de Kick-Ass 2 e Kick-Ass 3 saiu a bd Hit-Girl, dedicada a esta personagem e aos períodos entre o primeiro e o segundo livro. Será a próxima leitura e terá aqui a opinião brevemente.
 
Em jeito de curiosidade, tenho a sensação que o autor se inspirou numa determinada cena famosa da "Guerra dos Tronos" para selar o destino de uma das personagens. Esta é uma das passagens do livro, que me parece, que será adaptada no filme de forma a não chocar demasiado as audiências. A ver vamos.
Concluindo, este livro agradou-me mais do que o primeiro, parece-me melhor estruturado, mas por outro lado tem a vantagem de ter sido novidade para mim ao contrário do anterior, do qual tinha visto o filme primeiro.
 
Nota (escala 1 a 10): 7,5
TheKhan
 
 

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Kick-Ass




Argumento: Mark Millar
Desenhos: John Romita Jr.
Editora: Marvel Publications
Páginas: 144

Língua: Inglês
ISBN: 978-0785134350


Sinopse:
Have you ever wanted to be a super hero? Dreamed of donning a mask and just heading outside to some kick-ass? Well, this is the book for you - the comic that starts where other super-hero books draw the line. Kick-Ass is realistic super heroes taken to the next level. Miss out and you're an idiot!
 
Opinião:
Estamos a duas semanas da estreia de Kick-Ass 2 nas salas de cinema, e considerando o estatuto de filme de culto que o Kick-Ass ganhou após sair em versão dvd, achei que era uma boa altura para ler estas duas obras.
 
Antes de mais, confesso que no primeiro filme fiz aquilo que procuro nunca fazer, que é ver o filme antes de ler a obra. Fi-lo por desconhecer a existência do livro de bd. Curiosamente o script do filme começou a ser escrito em Maio de 2008 e foi avançando  ao mesmo tempo que o livro ia sendo publicado. Convém também referir para leitores menos familiarizados com este tipo de obras, que o Kick-Ass foi publicado em 8 partes de Fevereiro de 2008 a Fevereiro de 2010. 
 
Tanto o livro como o filme contam a história de Dave Lizewski, um adolescente que sonha em ser um super-herói. Que adolescente ao ver o Batman ou Super-Homem não o sonhou? O livro não é mais do que uma adaptação da fantasia à realidade pura e dura, preparando-nos logo para essa realidade na primeira página, com uma tentativa falhada de voar por parte de um "superhero wannabe". Dave é um rapaz normal, sem super-poderes, sem grandes apetências, filho de pai viúvo e adepto de banda desenhada.
 
O filme foi bastante criticado pela excessiva violência, com especial preponderância da personagem Hit-Girl, uma criança de 11 anos que mata sem qualquer pudor. Mas se houve gente chocada com o filme, então preparem-se que não é nada que se compare com o livro pois este é muito, mas muito mais violento.
 
Hit-Girl ou Mindy Macready é como já disse uma criança de 11 anos, educada apenas pelo pai. Curiosamente a figura da Mãe não é retratada no filme, havendo apenas a menção das respectivas mortes das figuras maternais das personagens principais. Mindy é educada como uma autêntica máquina de guerra, pronta para matar sem qualquer sentimento e com uma perturbante ingenuidade de qualquer criança da sua idade. Kick-Ass e Hit-Girl lá acabam por se associar no final do livro, para erradicarem os maus da fita. Mais uma vez curioso é Kick-Ass ser bastante desajeitado e é Hit-Girl que com a sua educação militarizada se torna a líder do duo.
Não sei se foi por ter visto primeiro, mas considero o filme ligeiramente superior ao livro. A história parece rolar um pouco melhor na fita, apesar de as diferenças das duas versões não serem em grande número, naquilo que o são, são bastante relevantes.

Se gostou do filme, compre o livro e já agora compre o Kick-Ass 2 também antes que saia no cinema. Vá a correr porque é já no dia 29 de Agosto.

Quanto a diferenças, o livro não tem de agradar o público de Hollywood, assim a paixão de Dave por Katie não corre tal e qual o filme, o que me levanta uma curiosidade relativamente ao 2 e como é que eles "descalçam uma determinada bota". O Big Daddy no livro também não é tão "heróico" como no filme e acaba por a sua história e a de Hit-Girl no livro estar menos bem estruturada e plausível.

No cômputo geral é uma bd que se lê bastante bem, mas é certamente para um público mais adulto devido ao seu carácter violento. A chave para se gostar da obra prende-se na capacidade do leitor conseguir aceitar a personagem Hit-Girl sem ficar chocado.

Nota (escala 1 a 10): 7
TheKhan