domingo, 30 de março de 2014

Hit-Girl

















Argumento: Mark Millar
Desenhos: John Romita Jr.
Editora: Marvel Publications
Páginas: 120

Língua: Inglês
ISBN:  9780785165972


Sinopse: 

Hit-Girl spins off into her own blood-soaked saga! Mindy McCready tries to settle into life as a regular school-girl, but wants nothing more to be dispensing hot justice to the scum of New York City. Her mother thinks she's doing her homework, but in reality she's taken Kick-Ass on as her sidekick and training him up to punch, shoot and stab ... just like Daddy would have wanted. And in return, Kick-Ass is helping her learn to survive middle school - without spilling anyone's blood. But when Kick-Ass gets benched, leaving Mindy to take on the mafia solo, even Hit-Girl may be in over her head. Meanwhile, Red Mist pursues his goal of becoming a super-villain ... and faces a final test of his own.

Opinião:
O livro Hit-Girl é o preenchimento do hiato temporal entre Kick-Ass e Kick-Ass 2. Aqui seguimos os dois heróis durante esse período. mas com a inversão na preponderância dos papeis. Hit-Girl ganha destaque de personagem principal.
Mindy, agora a viver com a mãe e o padrasto, o polícia Marcus, faz um esforço para renunciar à "educação" dada pelo pai e tornar-se numa menina normal, sem claro deixar de passar pelas dificuldades da inserção na sociedade escolar.

Claro que esta vida não agrada a Mindy e ela obriga-se a retirar Hit-Girl do armário, ao mesmo tempo que treina Kick-Ass como seu parceiro, ela procura limpar a cidade de Nova Iorque de todo o tipo de malfeitores, com especial incidência na máfia conhecida nos álbuns anteriores.

Hit-Girl está no seu melhor, o que se transforma no pior. Como se costuma dizer, tudo o que é demais chateia. Se a ideia da criança que mata que se farta é pioneira e acaba por ser o ponto que destaca esta série, aqui  transforma-se num disparate exagerado, muito por culpa da transformação de Hit-Girl na personagem principal. É que o livro pouco é mais do que um festival sanguinário, isto porque tem pouco ou nada de significado, e muito pouca história.
 
Quanto às restantes personagens, Marcus assume um papel muito relevante, no fundo é a apresentação deste personagem à serie. Kick-Ass pouco aparece e temos alguns vislumbres de Red Mist na sua formação para se tornar no The Motherfucker.
 
Resumindo, Hit-Girl é um livro que serve para contar a história entre os 2 primeiros Kick-Ass, mas acaba por demonstrar que era uma história que não precisava de ser contada. Pouco acrescenta à serie. Visto que foi escrita depois de Kick-Ass 2. parece apenas servir para explorar monetariamente o sucesso da personagem Hit-Girl com a passagem desta série para o grande ecrã.
 
Nota (escala 1 a 10): 5
TheKhan

quinta-feira, 27 de março de 2014

Dança com o Diabo

















Autor: Sherrilyn Kenyon
Editora: Saída de Emergência
Chancela: Chá das Cinco 
Páginas: 304
ISBN: 9789898032782                    
Saga/Série: Predadores da Noite nº 4

Sinopse:
Zarek é o mais perigoso de todos os Predadores da Noite. Exilado no Alasca durante séculos, desprezado pela deusa que o criou e temido pela sua própria espécie, foi condenado à morte por Ártemis na sua última missão. A sua única hipótese de salvação vem do líder dos Predadores da Noite, Acheron, que convoca a justiça da ninfa Astrid; mas, em toda a história do mundo, Astrid nunca considerou ninguém inocente... Dizem que mesmo o homem mais amaldiçoado pode ser perdoado, mas conseguirá Zarek convencer Astrid de que, por trás de uma besta feroz, se esconde um ser humano que deseja amar e ser amado?

Opinião:
Dança com o Diabo é o quarto livro da saga Predadores da Noite. Neste livro, Sherrilyn Kenyon dá-nos a conhecer Zarek. Um Predador da Noite de quem ninguém gosta. Mau, antipático, irritante, rude e violento. Zarek está exilado no Alasca há novecentos anos por ter destruído a aldeia que devia ter protegido, com o mínimo contacto humano possível. Artémis quer Zarek morto e Acheron faz tudo para o defender e dar-lhe uma oportunidade. Assim, cabe a Astrid, uma ninfa da justiça, julgar Zarek. Este encontra, pela primeira vez alguém que o vê com outros olhos. Astrid consegue pouco a pouco amolecer o coração duro e descobrir as razões que o levaram a ser hostil com todos. Ao mesmo tempo, Zarek deixa-se cativar pela doçura e calma de Astrid.

O enredo deste livro desenvolve-se através da evolução da relação de Zarek e Astrid. A escrita é simples e fluida, com as habituais passagens repletas de sensualidade e erotismo, a autora prende-nos com a sua imaginação fértil e leva-nos para este mundo de aventuras onde existe de tudo: Predadores da Noite, Caçadores de Dia, Deuses, Demónios, Daemons, Apollites e alguns humanos… Pode-se dizer que o ritmo de leitura é rápido, principalmente a partir do ponto onde começa a caça a Zarek.

Os personagens estão bem construídos e são bastante interessantes. Zarek passa de vilão a herói. É um homem atormentado pela sua vida passada, onde sofreu horrores que me fizeram estremecer só de pensar que pode ser possível fazer aquelas monstruosidades a pessoas.  A personagem que mais me intriga e provoca curiosidade é o misterioso Acheron. Ficamos com vontade de ler mais sobre ele. E claro, adorei Simi que contribui para os momentos mais cómicos do livro.

Dança com o Diabo é um livro perfeito para desanuviar e desligarmos de tudo o que nos rodeia. Sherrilyn Kenyon tem a capacidade de nos transportar para um mundo fantástico e perigoso, e de nos deixar sempre em pulgas, ansiosas por ler mais.

Nota (1 a 10): 7
IrishGirl


Crime em Hickory Road

















Autor: Agatha Christie
Editora: Edições ASA
Páginas: 187
ISBN: 972-41-4316-3                         
Série: As Obras de Agatha Christie nº 31
Título Alternativo: Poirot e os Erros da Dactilógrafa
 
Sinopse:
Um surto de cleptomania numa residência estudantil não é propriamente o tipo de crime que desperta o interesse de Hercule Poirot. Mas quando o famoso detective vê que a lista de objectos roubados inclui um estetoscópio, umas calças velhas de flanela, uma caixa de bombons e um anel de diamantes encontrado num prato de sopa felicita a directora, Mrs. Hubbard, por este "belo e invulgar problema".
A lista não faz qualquer sentido. Mas para Poirot, sempre alerta, se se trata do trabalho de um qualquer ladrãozeco, porque estará toda a gente tão assustada?


Opinião:
Se o ritmo de leitura abranda, o número de posts no blog diminui, nada como ler um livro de Agatha Christie para recuperar. Há duas razões para isso, primeiro porque são livros que se lêem com a maior facilidade e entusiasmo, e depois porque convém não perder muito tempo para não perdermos o fio à meada do "caso de polícia". É verdade que por causa de acesso muito limitado à internet demorei mais tempo a escrever está opinião do que a ler o livro.

É o vigésimo primeiro livro desta autora que leio e certamente que posso concluir que a "Rainha do Crime" é incapaz de escrever maus livros. Uns melhores que outros certamente, mas todos acima da média. Curiosamente e tendo em conta que é uma obra que se pode considerar vasta, e cingindo-me apenas ao estilo policial, não posso dizer que tenha lido algum livro de Agatha Christie que me tenha parecido repetido ou similar a outra qualquer obra desta autora.

Relativamente a "Crime em Hickory Road", é uma obra com a presença e claro resolução de Hercule Poirot e as suas celulazinhas cinzentas. Curiosamente, e onde este livro marca alguma diferença é que Poirot tem uma presença muito ligeira, sendo a maior parte da investigação realizada pelo inspector Sharpe. Claro que Poirot está lá para esclarecer tudo no final.

Outra característica deste livro é a quantidade elevada de personagens para um livro tão curto. É de notar que estamos numa residência estudantil, o que justifica a sua quantidade, e se isto é um problema no início para conseguirmos identificar cada uma das personagens, elas são bem caracterizadas e facilmente as distinguimos. Uma personagem que ganha vida no início deste livro é Miss Lemon a, pelas palavras de Poirot, inacreditavelmente feia e incrivelmente eficiente sua secretária e que tem neste livro o seu único registo de erro nas suas funções.

O caso em si é interessante, longe de ser dos mais bem conseguidos desta autora, mas vai evoluindo de forma agradável, desde os estranhos roubos, aos assassinatos e resolução final. Entretém e mantêm-nos agarrados enquanto não o acabamos.

De negativo devo mencionar que me senti algo incomodado com a forma como a autora caracterizou algumas personagens de raça africana e asiática, nada demasiado ofensivo como por exemplo Hergé apresenta em Tintin no Congo, mas desconfortável de qualquer das formas.

Uma nota para o nome da obra no original, Hickory Dickory Dock é uma lengalenga infantil que os versos dizem assim:

"Hickory, dickory, dock,
The mouse ran up the clock.
The clock struck one,
The mouse ran down,
Hickory, dickory, dock."

Confesso que terminei o livro sem saber ao certo que ligação esta lengalenga tem com o desenrolar da obra.

Nota (escala 1 a 10): 7
TheKhan




 

quinta-feira, 13 de março de 2014

Tigana - A Lâmina na Alma




 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Autor: Guy Gavriel Kay
Editora: Saída de Emergência
Nº Páginas: 316
ISBN: 9789896376055

Sinopse:
 
Tigana é uma obra rara e encantadora onde mito e magia se tornam reais e entram nas nossas vidas. Esta é a história de uma nação oprimida que luta para ser livre depois de cair nas mãos de conquistadores implacáveis. É a história de um povo tão amaldiçoado pelas negras feitiçarias do rei Brandin que o próprio nome da sua bela terra não pode ser lembrado ou pronunciado.

Mas anos após a devastação da sua capital, um pequeno grupo de sobreviventes, liderado pelo príncipe Alessan, inicia uma cruzada perigosa para destronar os reis despóticos que governam a Península da Palma, numa tentativa recuperar um nome banido: Tigana.

Num mundo ricamente detalhado, onde impera a violência das paixões, este épico sublime sobre um povo determinado em alcançar os seus sonhos mudou para sempre as fronteiras da fantasia.
 
 
Opinião:
Tigana é um livro de enorme ambiguidade, passando pelos sentimentos das personagens e pelo sentimento do leitor.

Foi um livro que me deu luta a ler. Deu luta nas fases em que o autor apresenta as personagens. No início senti-me perdido, ao fim de algumas páginas lidas tinha a sensação que nada estava a entender. O autor é extremamente descritivo e senti que me estava a atirar com demasiada informação, para reter numa parte tão inicial da obra. A segunda situação em que tive dificuldade foi quando o autor saltou das personagens iniciais, Devin e companhia para Dianora. Nesta fase, perdi algum interesse pelo livro, estagnei, lia 1 ou 2 páginas por dia, era quase como se estivesse a começar um livro novo quando já tinha lido 150 páginas.

Aqui nota-se a ambiguidade, se temos fases extremamente lentas de descrições enormes sobre tudo e mais alguma coisa, temos outras fases em que as decisões são-nos apresentadas de forma brutal, bem explicado, mas comparado com a introdução são quase como um estalar de dedos.

Quando terminamos a leitura relembramos com a maior facilidade esses momentos pois são verdadeiramente marcantes e bem escritos.

As personagens são apelativas, aliás são elas a base e toda a estrutura do livro. O autor não perde tempo a descrever locais e ambientes. Todo o mundo fantástico de Tigana é apresentado pela descrição das suas personagens principais, que não são em grande quantidade. Apesar de não serem muitas, o conhecimento do leitor relativo a elas é total, o autor faz a apresentação acompanhando o seu crescimento e os seus momentos mais marcantes. Neste aspecto o autor é extremamente descritivo e não descura qualquer pormenor.

Nas personagens encontramos outra das ambiguidades do livro, traduzida na constante dúvida que as personagens experimentam após cada acto marcante que realizam na história. A constante luta interna, a dúvida, os momentos de quase arrependimento, o agir mal para fazer o bem, são o que tornam esta obra verdadeiramente rica.

A Lâmina na Alma é apenas metade da obra original, opção da editora em dividir a obra em dois livros. Apesar de ter demorado um mês a lê-lo, aguardo com enorme curiosidade a segunda parte. Não só pela conclusão da história mas também para constatar que ritmo o autor usará nessa segunda metade da obra.

A nota fica para quando acabar de ler o próximo livro, A Voz da Vingança, que está prestes a ser lançado.

TheKhan


quarta-feira, 5 de março de 2014

Uma Noite em Nova Iorque

















Autor: Tiago Rebelo
Editora: Edições ASA
Nº Páginas: 184
ISBN: 9789892313764

Sinopse:
Uma Noite em Nova Iorque é uma complexa história de encontros e desencontros, promessas e desilusões; mas também uma história de descoberta e de esperança, que reflecte o dilema dos protagonistas divididos entre duas forças poderosas: a obrigação de perpetuar uma união que já não lhes traz alegria e a urgência de correr atrás de uma enorme paixão que mais não é do que uma carta fechada.

Opinião:
A história inicia-se com Filipe, um escritor que faz 50 anos, no momento em que termina um novo romance. Encontra-se em Nova Iorque, por motivos profissionais e também amorosos. Combinou reencontrar-se com Isabel, o amor da sua vida nesse dia no Empire State Building. Isabel, que teve um casamento e um romance falhado. Entretanto, aparece do nada, Catarina, uma jornalista também casada, com uma relação estável, mas sem emoção, que se envolve com Jonas, um músico famoso, charmoso, e mulherengo, que não resiste a conquistar Catarina, que tenta em vão lhe resistir. Depois temos a história de Patricia e Filipe, e do reconhecimento dela que o seu casamento acabou.

Uma Noite em Nova Iorque é um romance composto por várias histórias, vários relatos e memórias que se ligam entre si pelas recordações e acontecimentos vividos. Uma mistura de personagens, cada uma com a sua história de amor. Isto tudo, muito resumido. Aliás, a sinopse que está na capa do livro revela demais, por isso aconselho a que não a leiam antes de iniciarem a leitura.

As personagens não se desenvolvem, não evoluem. Há sempre aquela sensação de "vira o disco e toca o mesmo", da primeira à última página.

A certa altura da leitura, fiquei um pouco perdida e baralhada. O autor introduziu umas passagens, que sinceramente não entendi. Não veio alterar nem acrescentar nada nem às personagens, nem à história.

Confesso que fiquei um pouco desiludida. Acho que ficou muita coisa por esclarecer. É um livro que se lê muito bem e rapidamente, porque a escrita é simples e directa, mas faltou alguma coisa. Mais emoção, talvez. Como já referi, parece que estamos a ler um resumo, um relato e não nos conseguimos ligar às personagens nem nos emocionar com elas. No entanto, quero ler mais livros deste autor português, porque li O Tempo dos Amores Perfeitos e adorei. Não tem nada a ver com este género. O que significa que o autor é bastante versátil.

Nota (escala de 0 a 10): 4
IrishGirl