Autor: Isabel Allende
Editora: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04384-9
Nº de Páginas: 360Sinopse:
Um passado que a perseguia. Um futuro ainda por construir. E um caderno para escrever toda uma vida.
"Sou Maya Vidal, dezanove anos, sexo feminino, solteira, sem namorado por falta de oportunidade e não por esquisitice, nascida em Berkeley, Califórnia, com passaporte americano, temporariamente refugiada numa ilha no sul do mundo. Chamaram-me Maya porque a minha Nini adora a Índia e não ocorreu outro nome aos meus pais, embora tenham tido nove meses para pensar no assunto. Em hindi, Maya significa feitiço, ilusão, sonho, o que não tem nada a ver com o meu carácter. Átila teria sido mais apropriado, pois onde ponho o pé a erva não volta a crescer."
"Sou Maya Vidal, dezanove anos, sexo feminino, solteira, sem namorado por falta de oportunidade e não por esquisitice, nascida em Berkeley, Califórnia, com passaporte americano, temporariamente refugiada numa ilha no sul do mundo. Chamaram-me Maya porque a minha Nini adora a Índia e não ocorreu outro nome aos meus pais, embora tenham tido nove meses para pensar no assunto. Em hindi, Maya significa feitiço, ilusão, sonho, o que não tem nada a ver com o meu carácter. Átila teria sido mais apropriado, pois onde ponho o pé a erva não volta a crescer."
Opinião:
Em O Caderno de Maya,
Isabel Allende conta-nos a história de uma jovem, Maya Vidal, que através do
seu diário, escreve sobre a sua adolescência. O diário é
escrito pela protagonista, em Chiloé, uma ilhota chilena onde se refugia para fugir
ao passado que a persegue. Através do seu diário, Maya relata-nos diariamente a
sua vida na ilha, um mundo muito diferente do seu, descreve a sua convivência
com as pessoas que conhece na ilha, mas também recorda o que se passou com ela,
e com a sua família nos EUA.
Maya é neta de uma chilena que
fugiu com o seu filho para os EUA, na altura da ditadura no Chile. É criada pelos
avós, com muito mimo e tem uma vida bastante estável emocionalmente até que o
seu avô morre no período da sua adolescência. Não sabendo lidar com a dor, Maya
torna-se numa jovem rebelde, junta-se às pessoas erradas, passa por tribulações
horríveis, e envolve-se na droga, da prostituição e do crime, do qual
não consegue sair.
Isabel Allende
emprega um bom ritmo à história intercalando as realidades diferentes da vida
de Maya, sempre que esta muda de assunto no seu diário, fazendo-nos ficar
agarrados e ansiosos por ler mais e saber o que aconteceu.
Como é habitual
nos seus livros, sejam históricos ou actuais, a autora escreve maravilhosamente
bem, descrevendo paisagens, situações e sentimentos, que nos envolvem de tal
maneira que parece que estamos dentro da história. As personagens,
maioritariamente femininas, são sempre fortes, apaixonadas e muito
determinadas.
Pelo que li na
sinopse, não esperava uma história que, em certas alturas me fez lembrar um
livro que li há muito tempo: Os Filhos da Droga de Christiane F. que retrata o mundo da droga.
O Caderno de
Maya é um livro que retrata a sociedade actual, mostra as dificuldades e os
problemas dos adolescentes em se afirmarem, e crescerem num mundo com acesso a
tudo o que é de bom, mas também o que é de mau. Faz-nos também reflectir na
importância da influência da família na vida dos jovens. Ao mesmo tempo,
fala-nos um pouco da história do Chile, o seu país, da sua cultura, e da
ditatura de Pinochet, e como este regime marcou o povo chileno.
Isabel Allende escreve
maravilhosamente com muita emoção, envolvendo-nos e agarrando-nos até à última
página. Adorei e recomendo.
Nota (escala de 1 a 10): 8,5
IrishGirl
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