Autor: Tiago Rebelo
Editora: Asa
ISBN: 978-989-23-0741-1
Nº de Páginas: 470Sinopse:
No pátio das traseiras de um prédio de um pacífico bairro de Lisboa, uma criança é atacada por três homens e deixada em coma. Ao investigar o que inicialmente se supõe ser um mero acto de cobardia de um grupo de cabeças-rapadas que resultou em tragédia, as autoridades vão descobrir uma gigantesca conspiração que prova que, nunca como hoje, a democracia e o estado de direito estiveram tão ameaçados em Portugal. Neste surpreendente romance, Tiago Rebelo abre-nos a porta dos fundos do lado mais obscuro da política nacional dos nossos dias, onde nada é o que parece ser e onde se desenrolam acontecimentos extraordinários que colocam em perigo toda a sociedade, sem que esta se aperceba do que está realmente a acontecer. O inspector-chefe, António Gaspar, da Polícia Judiciária, leva a cabo uma investigação, que, a cada passo, ameaça a sua vida e a da mulher que ama, a ex-namorada que ele procura recuperar no desvario dos dias perigosos que põem em risco a nação.
Opinião:
Já há algum tempo que tinha curiosidade de ler um livro deste autor português. Problema era que nenhum dos enredos dos seus livros me entusiasmava realmente. Com "O Homem que Sonhava ser Hitler" o autor entrou por um estilo que me agrada, até porque já no passado li policiais de autores nacionais que, apesar de não serem de uma forma geral fabulosos, entretiveram-me o suficiente para me agradar.
Este é um daqueles livros que nos agarra logo mal começa. As descrições inicias estão carregadas com um nível de dramatismo que nos "obrigam" a querer avançar para sabermos mais. Depois vão sendo apresentadas as personagens principais, muito aos poucos, e estas que não são muitas, acabam por ser marcantes, o leitor identifica-as e é marcado pelas suas acções.
Enquanto o livro vai evoluindo vai aos poucos perdendo algum ritmo, isto prende-se com a necessidade de aprofundar o passado das personagens, o que leva a um maior entendimento dos seus actos. Não que diminua o interesse, apenas reduz um pouco o ritmo de leitura.
Esta obra acaba por cair naquele que me parece um dos temas mais recorrentes da literatura nórdica, que muito está na moda desde o Millenium de Stieg Larsson, o policial que assenta num "herói" carismático e tem como "maus da fita" elementos da extrema direita. Onde é que este livro acaba por se destacar? Na descrição de Portugal, da sociedade e acontecimentos que retratam os anos do início da crise que estamos ainda a atravessar. É aquele prazer de conseguirmos identificar as referências que ao autor vai dando, aquela sensação de sabermos ao pormenor aquilo que ele está a retratar.
Em resumo foi um livro que me agradou, de uma leitura fácil, descomplexada, com capítulos bastante curtos o que ajuda bastante a um ritmo de leitura elevado, apenas tenho a apontar que achei o final um pouco apressado, acho que merecia mais desenvolvimento. O caso foi parecendo demasiado complexo para a rapidez como foi resolvido e explicado.
Para aqueles que têm o complexo dos autores portugueses contemporâneos, é um livro interessante para pegarem.
Nota (escala 1 a 10): 7
TheKhan
Sem comentários:
Enviar um comentário