sexta-feira, 23 de maio de 2014

O Circuito do Medo

















Título Original: Le Circuit de la Peur
Autor: Jean Graton
Editora: Asa/Público
Páginas: 64
Colecção: Michel Vaillant nº3
ISBN: 9789892325972
 
Sinopse:
Henri Vaillant decide entrar na batalha que opõe as escuderias americanas às da Europa de Leste. Tentando marcar a diferença, cria por sua vez uma equipa da Europa Ocidental e organiza um confronto em três mangas: as 12 Horas de Sebring, em pista permanente; um Rali “Gran Turismo” em Espanha, por estradas e pistas acidentadas; e uma corrida de Fórmula 1 em Varsóvia, na Polónia.
 
Na primeira prova, um piloto europeu quase morre durante a corrida. E ao descobrir-se que tinha sido envenenado, o medo começa a apoderar-se do velho continente… 
 
Opinião:
O Circuito do Medo, tal como o livro anterior desta colecção, é inédito como álbum em Portugal, tendo sido anteriormente publicado no suplemento Bip-Bip da revista Cavaleiro Andante. Na altura saíu como O Circuito Fantástico e com a sua personagem principal traduzida para Miguel Gusmão.
 
Esta obra conquista-me pelo seu argumento. Estamos novamente a desenvolver a temática da Guerra Fria, e o desafio da indústria automóvel Russa a Detroit, leva à participação de arrasto dos construtores Europeus do Ocidente por impulso de Henri Vaillant.
 
 
Um campeonato é organizado com 3 mangas que irão pôr à prova máquinas e pilotos, estes não só fisicamente como mentalmente. Quando o crime se mistura com as perigosas provas automobilísticas, o medo instala-se na equipa chefiada por Henri. Se estamos em plena Guerra Fria, também encontraremos preconceitos de guerras anteriores que ainda se mantêm.
 
Este álbum tem todos os condimentos de uma excelente história para amantes do desporto automóvel. Carros reais, provas bem estruturadas e realistas e situações de corrida muito bem conseguidas. Pena ainda não termos pilotos reais para acompanhar Vaillant e Warson nas suas aventuras.
 
A paixão dos pilotos pela sua profissão e os seus receios, só conseguem ser tão bem caracterizados por alguém com muito entendimento do ambiente e Graton nunca desiludiu quanto ao conhecimento do mundo automóvel, quer a nível desportivo, quer a nível industrial.
 
Relativamente ao álbum anterior transmite uma maior estrutura e coesão, não parece tanto uma colagem de partes interligadas mas de temas algo divergentes.
 
Quanto a personagens, temos uma participação muito especial de Agnès, mulher de Jean-Pierre, que assume o papel de detective e à imagem de Poirrot, junta todos os intervenientes no fim para divulgar quem é o culpado das sabotagens à equipa da Europa Ocidental. Agnès vai perdendo importância com o evoluir da série e não será mais do que uma figurante na maior parte dos livros daqui para a frente.
 
Em suma, é um livro muito bem conseguido, um argumento excelente, um cenário bastante realista, carros fantásticos e uma visão interessante do lado humano dos pilotos de competição. É um livro que com a releitura nesta versão em Português se qualifica no meu Top 10 de obras Michel Vaillant favoritas. É um considerável salto em frente relativamente aos álbuns anteriores.

Nota (escala 1 a 10): 7,5
TheKhan
 
 

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