quarta-feira, 2 de julho de 2014

O Tintureiro Francês


















Editora: Saída de Emergência
Coleção: A História de Portugal em Romances
ISBN: 9789897100925
Nº de Páginas: 384

Sinopse: 
Uma história de amor e ambição no Portugal governado pela mão de ferro do Marquês de Pombal

Nos finais do séc. XVIII, o Marquês de Pombal viu-se a braços com um fracasso na sua política de regeneração industrial: a Real Fábrica de Panos, a menina dos seus olhos, apesar de todos os esforços e despesas não consegue produzir tecidos com a qualidade dos importados. Decide então convidar um tintureiro francês para vir a Portugal ensinar essa grande arte que, à época, fazia a riqueza e o prestígio das nações europeias.

O artista eleito foi o polémico Stéphane Larcher, que mal chega começa a revolucionar práticas e comportamentos. Um ano depois, cores nunca vistas vêm à luz e tecidos até então desconhecidos brilham em todo o seu esplendor. Ao partilhar a sua arte secreta com os portugueses, Stéphane sabia estar a arriscar a vida, a reputação e a fortuna. Mas ninguém o avisou que também comprometia fatalmente o próprio coração.

Opinião:

O Tintureiro Francês retrata a época pós-terramoto no século XVIII e fala-nos da necessidade de industrializar Portugal. O Marquês de Pombal decide então contratar a qualquer preço, um perito francês em tinturaria para ensinar a sua arte e fazer da Real Fábrica de Panos, uma fábrica ao mesmo nível das outras no estrangeiro. Resolve então contratar Stéphane Larcher, que vê nesta oportunidade, uma hipótese de fuga do seu país. José Magalhães, pessoa encarregue pelo Marquês para tratar deste assunto, vê-se a braços com o problema de retirar Stéphane de França. Ajudado por amigos, inicia uma viagem para retirar o francês do país, sem que as autoridades francesas se apercebam.

Tudo indicava que este livro com romance e aventura à mistura, baseado na história de Portugal, seria interessante. Pois. Não, para mim não foi. Começou muito bem. Achei interessante a descrição da época e da sociedade do século XVIII, de como foi recontruir Lisboa a seguir ao terramoto. Achei curioso ler algumas descrições de locais por onde passo hoje quando vou trabalhar e pensar que alguns dos edifícios são dessa altura. Mas não gostei de mais nada.

O autor faz uma boa descrição da época. Nota-se que Paulo Larcher fez uma grande pesquisa sobre todos os temas mencionados no livro. O problema é que as descrições tornam-se muito extensas e cansativas. As descrições vão desde como se navega um navio a explicações de física, e, finalmente, aos segredos das cores. Isto tudo pode ser interessante, mas chegamos a um ponto, que queremos é que o autor avance com a história.

Paulo Larcher tem uma escrita bastante elaborada. A história em si, não me cativou. De romance tem muito pouco. O amor entre Stéphane e Teresa não convence ninguém. A viagem pela Europa para libertar Stéphane também não é convincente. Saltámos de cena para cena. Não me consegui envolver nem sentir nada sobre os personagens, o que é uma pena. Quando leio um livro gosto de ficar envolvida na leitura e partilhar os sentimentos das personagens. Infelizmente, aqui não consegui.

As personagens não me cativaram. Temos muitas personagens mas nenhuma marcante. A história é narrada por vários personagens, dependendo da altura da história, e temos assim várias perspectivas sobre os acontecimentos, o que não acrescenta mais valias ao desenvolvimento do enredo.

No entanto, achei interessante verificar as semelhanças na mentalidade portuguesa da época e a mentalidade do presente. Na necessidade que havia de acreditar que o que produzíamos antigamente, era tão bom ou melhor do que se fazia noutros países. Acontece o mesmo no presente.

Começei a ler este livro com alguma expectativa. Já li livros sobre alguns episódios históricos de um país e gostei bastante. Tenho pena, mas não posso dizer o mesmo deste.

Nota (escala de 1 a 10): 4,5

IrishGirl

2 comentários:

  1. Olá,

    Por acaso até tinha interesse em ler estes livros desta nova coleção, mas começa a haver muitos comentários semelhantes, é pena pois acho interessante os romances históricos sobre o nosso Portugal.

    Disto tudo fica que a minha carteira ficou contente com o comentário :D

    Bjs

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  2. Olá Fiacha,

    Os comentários que li em vários blogs são de opinião contrária à minha, e romances históricos não são, digamos, a minha "especialidade". Mas tive muita pena de não ter gostado.

    Bjs.

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