quinta-feira, 19 de junho de 2014

Noite Sobre as Águas

















Autor: Ken Follett
Editora: Editorial Presença
Páginas: 521
ISBN: 9789722522588
 
Sinopse:
Em 1939, com a guerra a acabar de ser declarada, um grupo de pessoas privilegiadas embarca no mais luxuoso avião de sempre, o Pan American Clipper, com destino a Nova Iorque: um aristocrata britânico, um cientista alemão, um assassino e a sua escolta, uma jovem em fuga do marido e um ladrão encantador, mas sem escrúpulos. Durante trinta horas, não há escapatória possível desse palácio voador. Sobre o Atlântico, a tensão vai crescendo até finalmente explodir num clímax dramático e perigoso.
 
Opinião:
Terceiro livro que leio de Follett e garanto-vos que tento gostar deste autor e posso continuar a tentar que continuo a não estar convencido. Destes três livros, um foi a sua "obra-prima", Os Pilares da Terra, que não me convenceu e este, bem como o Voo Final, livros com temáticas que me interessam particularmente, aviões e 2ª Guerra Mundial, que sinceramente também não me fizeram fã.

Dando valor onde ele existe, a nível de entretenimento este livro é aconselhável, sejamos sinceros, durante o período que o estive a ler serviu bem para me distrair. É uma leitura simples e extremamente directa. Um livro bom para esta altura do ano, em que as pessoas querem descansar a cabeça e levar um livro para descontrair enquanto apanham sol na praia. Mas não é mais do que isso, Follett consegue produzir alguns argumentos bastante interessantes, mas não é brilhante a escrever, diria mesmo mais, por vezes torna-se até bastante vulgar.

É o autor típico de Bestsellers, para se atingir grandes massas não se pode complicar. E tudo bem com isso, a verdade é que cumpre o seu objectivo, deve entreter muitos milhares de pessoas por esse mundo fora e fazer muito dinheiro.

Falando um pouco mais a fundo sobre a obra, a narração feita do ponto de visto de várias personagens agrada-me. Quando bem feita dá para ter várias perspectivas do mesmo acontecimento. Neste livro apesar de usar este método de narração não explora muito a variedade de perspectivas. Parte mais negativa é quando o autor refere-se a eventos em que se encontram passageiros não nomeados em alguns locais/acontecimento. O Clipper leva nesta viagem 19 passageiros, não me parece que fosse difícil nomeá-los.

O cenário por outro lado é brilhante, a ideia de fazer um livro maioritariamente passado dentro de um avião não é pioneira mas é sempre interessante, especialmente graças ao belíssimo trabalho de pesquisa feita pelo autor que nos apresenta uma forma de transporte pioneira na altura e quase única, pois os hidroaviões perderam toda a sua importância, neste tipo de voos, com a guerra que estava a começar. As viagens como a descrita eram memoráveis e convido-vos a fazer uma pesquisa no google pelo Clipper para verem as condições fantásticas com que as pessoas faziam estas viagens transatlânticas.

Quanto a personagens, não se pode dizer que sobressaiam por aí além, simpatizamos por algumas, desprezamos outros e somos indiferentes às restantes mas nada de demasiado marcante. Nenhuma nos ficará retida na memória.

Resumindo, entretém sem dúvida, é muito fácil de ler e dá para o fazer descontraído sem grande concentração. No fim deixa um certo travo amargo, se o autor fosse tão bom como a fama que tem seria um livro muito melhor.

A sinopse também engana um pouco. Nem as personagens são tão vincadas como mencionadas nem o clímax é tão dramático e perigoso como isso.

Pequenas curiosidades:
Apresento-vos o Boeing 314 Clipper, um hidroavião.

Agora olhem para a capa do livro. Aquilo não parece um hidroavião, pois não? Claro que não, é Boeing B-17 Flying Fortress, para quem não sabe um dos mais famosos bombardeiros da Segunda Guerra Mundial. Bem ao menos quem fez a capa acertou no produtor do avião.

O 314 da foto, o Yankee Clipper foi o único destes aviões envolvidos num acidente fatal, tendo falecido 24 dos 39 ocupantes. E sabem onde se deu o acidente? Numa aterragem no Rio Tejo em Lisboa, no dia 22 de Fevereiro de 1943.

Nenhum dos 12 Clippers produzidos sobreviveu até aos dias de hoje.

Nota (escala 1 a 10): 6,5
TheKhan 

2 comentários:

  1. Viva,

    Gostei muito de ler o teu comentario, bem feito sem duvida, por acaso atá gostei dos Pilares da Terra, mas se jusifica todo o sucesso alcançado, não e mais a mais os livros são muito caros, dai ter parado de ler o escritor.

    Cumprimentos da parte da carteira :)

    Abraço

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    Respostas
    1. Acima de tudo acho que são livros muito comerciais. Fácil de ler, fácil de vender. Os Pilares foi o que me custou mais, tornou-se demasiado repetitivo.

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